Política

Eleição: As propostas de Leven Siano e Pedrinho para o Vasco

O Vasco tem uma importante decisão para o seu futuro neste sábado (11). Na primeira eleição após a transformação em SAF, os sócios do clube terão que escolher entre o ex-jogador e ex-comentarista Pedrinho, da chapa “Sempre Vasco”, e o advogado e empresário Leven Siano, da chapa “Somamos”, para o cargo de presidente da Associação pelos próximos três anos. E, por mais que o clube não tenha mais total gerência sobre o futebol, a votação ainda é importante para o futuro do Vasco e vai impactar em questões importantes que, no fim, também envolver o principal carro chefe do clube, que está no campo e bola.

Pensando nisso, a Trivela entrevistou os dois candidatos para conhecer e apresentar aos torcedores as principais ideias de Leven Siano e Pedrinho sobre algumas das questões mais importantes do Vasco para os próximos três anos. Foram feitas sete perguntas exatamente iguais aos dois concorrentes, que disputam o voto de cerca de pouco mais de seis mil sócios neste sábado.

As entrevistas foram feitas por escrito e não houve limite de caracteres ou palavras nas respostas, que o torcedor pode conferir, na íntegra, logo abaixo.

Confira o que cada candidato à presidência do Vasco falou

Por que quer ser presidente do Vasco?

Leven Siano: Porque aprendi na MBA da UEFA que o melhor caminho de metodologia de gestão de futebol está sendo praticado nos principais clubes europeus, que é a chamada gestão de stakeholders (partes interessadas). Desta forma, o melhor caminho para o Vasco e para a SAF será adotar uma gestão compartilhada que procure convergir os interesses de cada instituição, sendo respeitadas a transparência, a sustentabilidade do clube associativo e o interesse dos torcedores virem o Vasco disputando títulos.

Pedrinho: O que mais mexe comigo é que nunca resolveram os problemas do Vasco. São pelo menos 20 anos de deterioração. Era o melhor momento para que eu tomasse essa decisão. Estou preparado e com uma equipe extraordinária e parceiros sólidos. O momento é esse e a oportunidade está aí. As pessoas depositavam em mim a possibilidade de uma virada no que é a política do Vasco, em todos os aspectos. Temos totais condições de fazer um clube forte. Temos pela frente a oportunidade de modernizar São Januário e as outras sedes. Sou realizado no aspecto pessoal, financeiro e profissional. Mas me coloquei o desafio de trazer de volta o Vasco que vivi.

Relação com a SAF e a 777 Partners

Leven: Será o de mostrar à SAF que o melhor caminho para o Vasco é o da convergência condicionada, através da gestão de stakeholders conforme proposta pelo professor de gestão americano, Robert Freeman. Porém, cuidando para que a constituição da SAF jamais possa significar o risco de desaparecimento do clube associativo. O trabalho no Conselho será de colaboração total e proposição de um planejamento estratégico que convirjam os interesses de ambas as instituições.

Pedrinho: É fundamental ter dentro deste Conselho alguém que entenda de futebol, que conheça os valores e a história do Vasco. Quando a 777 adquiriu 70% da SAF, ela não se responsabilizou apenas por um clube de futebol, mas por sua história, seus títulos e o principal: sua torcida. O Vasco é futebol, o negócio da Vasco SAF é futebol, alguém do Conselho precisa entender de futebol. Nada fará sentido se não tivermos um futebol competitivo. Acredito que essa seja a união perfeita e não podemos perder essa oportunidade.

Planos para a reforma de São Januário e projeto da atual gestão

Leven: Temos dois projetos melhores para São Januário, incluindo um icônico no formato da caravela São Gabriel que é da nossa preferência, devido ao valor agregado da assinatura do projeto que é da Gigante britânica de construção de estádios mundial, Populous. Embora entendamos que este projeto é o melhor para a maximização de recursos de naming rights, estou disposto a apresentar todos os projetos existentes para que o torcedor do Vasco escolha o que for da sua preferência democraticamente.

Pedrinho: A reforma é um desejo de toda a comunidade vascaína. Para tirar do papel precisamos de recursos financeiros. Conto com o apoio e a parceira do José Lamacchia, fundador e dono da Crefisa, que manifestou o interesse em comprar os naming rights do estádio. Esta receita complementa o potencial construtivo, que foi uma excelente notícia. Sobre a exclusividade ou não, precisamos conversar com a Prefeitura para entender todas as possibilidades. O diálogo é fundamental para que possamos ter um estádio que represente o Vasco, sua identidade, seus valores e que encha de orgulho os vascaínos. Acredito que o melhor projeto é aquele que dá voz ao vascaíno, aquele com o qual o vascaíno se identifique, que combine receitas e ganho esportivo, junte tradição com modernidade, que seja confortável para os torcedores, mas que mantenha a atmosfera vascaína. Já passou da hora de sairmos das apresentações de maquetes. Temos um projeto com viabilidade financeira e será uma das nossas prioridades na gestão.

Planos para o quadro social e como manter o sócio-estatutário ativo

Leven: Reativando o convívio social através de projetos socioculturais de resgate da nossa tradição portuguesa. Também abrir as sedes para os sócios democraticamente, além do que temos projetos para revitalização da sede náutica e da sede do Calabouço. Que pretendem torná-las autossustentáveis, ao mesmo tempo que ofereça diversos novos serviços para os associados, como lojas, bares, restaurantes, atividades culturais e desportivas. Também pretendemos expandir os objetos de aprendizagem do Colégio Vasco da Gama oferecendo novos cursos profissionalizantes e de aperfeiçoamento na área do esporte com vantagens para os sócios-estatutários. No dia de jogo também queremos abrir, além disso, as instalações esportivas de Sâo Januário para uso dos sócios, incluindo diversas promoções em conjunto com a SAF para os dias de jogos na nossa casa.

Pedrinho: A criação de novas receitas é fundamental, como também atrair e reter o maior número de sócios estatutários. Irei defender junto à Vasco SAF a manutenção dos benefícios dos sócios estatutários em relação aos ingressos e também desejo ampliá-los além do valor no ingresso. Existe um desejo de resgatar milhares de sócios que deixaram de pagar suas mensalidades. Vamos revitalizar a vida social do Vasco, trazer o vascaíno de volta para a sua casa. Temos, como exemplo, um grande potencial comercial inexplorado nas sedes do Calabouço e Lagoa.

Planos para as sedes do Vasco, além de São Januário

Leven: Abrir estas sedes para os sócios democraticamente, além do que temos projetos para revitalização da sede náutica e da sede do Calabouço. Que pretendem torná-las autossustentáveis, ao mesmo tempo que ofereça diversos novos serviços para os associados, como lojas, bares, restaurantes, atividades culturais e desportivas.

Pedrinho: Respondido na pergunta anterior.

Esportes olímpicos do Vasco

Leven: É uma marca do Vasco, a ecleticidade esportiva, que deve ser cultivada através de parcerias inteligentes com a iniciativa privada e projetos incentivados a nível Estadual e Federal e do anto CBC/Fenaclubes (Confederação e Federação Brasileira de Clubes).

Pedrinho: Sobre as modalidades olímpicas e paralímpicas, iremos integrá-las no nosso conceito social, ou seja, utilizaremos a força do esporte e do Vasco para promover uma grande transformação social da região. Estamos conversando com grandes parceiros para entrar nesse projeto como patrocinadores, leis de incentivo, naming rights de espaços e outras iniciativas. Vamos buscar resultados nos esportes de alto rendimento sem esquecer da legitimidade que o Vasco possui em liderar as mudanças sociais além dos limites de São Januário.

Relação com a Barreira do Vasco e projetos sociais

Leven: Sou feliz de ser apoiado pela Barreira, nosso lema durante o nosso mandato será: “A Barreira é do Vasco e o Vasco é da Barreira!” Temos projetos de integração com as comunidades em torno do nosso estádio que abrangem educação, geração de renda e emprego e uso de equipamentos esportivos, além de projetos culturais. O Vasco voltará a praticar a sua essência de ser um clube do povo e que acolhe e abraça as comunidades mais desfavorecidas. Também vamos reativar o projeto Cidadania Vascaína, onde são feitas 104 ações sociais para as comunidades envolvendo área jurídica, da saúde, esportiva e cultural. Envolvendo pelo menos 1500 crianças neste projeto.

Pedrinho: Conheço bem o laço histórico entre Vasco e Barreira, afinal cresci andando pelas ruas do entorno de São Januário. Estreitar essa relação é fundamental para o clube e a comunidade. O DNA do Vasco é de inclusão e desenvolvimento social. Temos que olhar a comunidade de forma mais ampla e profunda. Levar educação, saúde, acesso ao esporte, profissionalização, acesso ao mercado de trabalho e dar a dignidade e o direito a todos de batalharem por seus sonhos de uma forma mais acessível e justa.

Fonte: Trivela