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Confira quem pode assumir o Vasco e quais nomes foram descartados

A saída de Adílson Batista do Vasco, consumada a pedido do próprio treinador minutos após a vexatória derrota por 5 a 0 para o Avaí em São Januário, neste sábado, foi surprreendente, para a diretoria do clube, na mesma medida em que ninguém esperava uma goleada tão dura jogando dentro de casa. Ao admitir que não estava preparado para a troca no comando do time, e até que não gostaria de ter de fazer esta substituição, o diretor-executivo Rodrigo Caetano disse que a escolha do próximo treinador não será feita às pressas, e que na próxima terça-feira, contra o ABC, em Natal, pela Copa do Brasil, o time será dirigido pelo auxiliar Jorge Luiz, membro fixo da comissão técnica vascaína.

A diretoria, porém, já precisa pensar no próximo técnico. Ao explicar por que pediu para sair, Adílson disse que preferia poupar o Vasco e os jogadores de continuar a disputa da Série B com um técnico tão desgastado com a arquibancada. Os agressivos xingamentos dos torcedores quando Adílson deram o sinal de que a situação estava insustentável.

A voz das arquibancadas pode pesar no processo de escolha do novo treinador. A diretoria pode tentar um nome que gere algum impacto positivo entre os torcedores para apaziguar um pouco o ambiente, já conturbado pelo processo eleitoral no clube. Ou então fazer uma escolhe apenas pelo lado técnico. As opções no mercado não são muitas, e outras circunstâncias também já excluem alguns treinadores.

Com alto prestígio, Tite, por exemplo, já pode ser descartado, pelo alto salário que recebe e porque dificilmente aceitaria pegar um trabalho já em andamento e na Série B do Brasileiro. Celso Roth, recentemente demitido do Coritiba, teve sua relação com Rodrigo Caetano abalada quando, em 2010, abandonou o Vasco para aceitar convite do Internacional que estava na semifinal da Libertadores. Dorival Júnior, outro nome livre no mercado, teve um desempenho muito ruim em São Januário no ano passado e foi um dos técnicos que mais contribuíram para o rebaixamento do Vasco.

Nome da nova geração, que fez bom trabalho no Goiás ano passado e cuja última passagem foi no Grêmio, Enderson Moreira é considerado um treinador atualizado, tem retrospecto recente respeitado e ganhará força se a escolha se restringir apenas a critérios “de campo”.

‘NÃO FAÇO MÉDIA COM TORCIDA’

Sabidamente avesso a demissões intempestivas de treinadores, Rodrigo Caetano lamentou a saída de Adílson na entrevista coletiva que deram juntos e preferiu ser cauteloso sobre o futuro.

— Não é questão de planejamento ou não, porque ninguém espera um resultado como esse. Infelizmente, o Adílson não nos deu outra opção. É uma situação rum. O ambiente externo (pressão de parte da torcida) faz mais uma vítima, que não faça outras mais. O torcedor vascaíno tenha consciência do momento delicado que o clube atravessa — disse Caetano, sem se referir diretamente às eleições.

Já Adílson foi mais direto ao reclamar de parte da torcida.

— Sabemos como funcionam certas coisas, as torcidas ditas organizadas. Desde que cheguei, muitos não gostavam do meu nome. E não vou mudar jamais meu jeito de ser, o que acho correto. Não sou de fazer média, nem vou pagar nada a ninguém. Infelizmente, há muita coisa orquestrada, a gente sabe como funciona, tem eleição no clube este ano. Pensando no Vasco, é melhor eu sair para que o ambiente fique mais leve e os jogadores tenham mais tranquilidade para conseguir o título da Série B.

Fonte: Globo Online