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Basquete: Nezinho e Giovannoni elogiam quadra da final olímpica

Era um dia de festa. Pela primeira vez na temporada 2017/2018, a Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, abria suas portas para receber um jogo do Novo Basquete Brasil (NBB). Mogi das Cruzes e Vasco da Gama eram os protagonistas do espetáculo. Os "convidados", apesar de tudo, não compareceram em peso. O público que viu a vitória do time paulista por 82 a 75 neste sábado foi pequeno. Ao todo, 1.018 espectadores, sendo 329 pagantes, assistiram ao confronto no local. Um número bem abaixo dos 5 mil lugares permanentes disponíveis. Entretanto, quem viu, curtiu. E quem jogou lá, também.

- É uma quadra de nível internacional e não é à toa que para a Olimpíada. É muito boa para o espetáculo, mas creio que nossa torcida precise se acostumar. Temos que ter mais jogos seguidos para poder encher, aí vai ter um clima muito legal. Quando vira uma rotina e a galera já sabe que os jogos serão na Arena Carioca, as pessoas já se programam, vem fazer programas pela Barra. Eu acredito que vai ficar mais cheio e, quando acontecer, vai ser muito melhor para a gente jogar - relatou o experiente Nezinho, que defende o Vasco da Gama.

Assim como Nezinho, outros jogadores aprovaram as instalações e, principalmente, a quadra. Também pudera. É exatamente a mesma dos Jogos Olímpicos. É a mesma que recebeu o "Dream Team" na final da Rio 2016 em partida vencida pelos americanos por 96 a 66 com direito a show do astro Kevin Durant, com 30 pontos. Atualmente no Vasco da Gama, Guilherme Giovannoni teve a chance de jogar nesse piso pela seleção brasileira na Olimpíada. Ficou feliz pelo retorno.

- É fundamental a gente ter a oportunidade de fazer jogos e eventos por aqui. Depois de tanta coisa que saiu de escândalo, temos que aproveitar as coisas boas que a gente conseguiu. Temos essa e as arenas aqui do lado também. Quanto mais utilizado, mais incentivo ao esporte a gente vai ter. Antes tarde do que nunca, né? Acho que são pelo menos 19 jogos aqui na fase de classificação, ainda tem o playoff. É muito gostoso (voltar), é um ginásio de primeiríssimo nível. Quem não gosta de jogar em um lugar assim, né? Eu não sou diferente. Lógico que tenho lembranças da Olimpíada, que é marcante. Mas temos sempre que exigir que os ginásios sejam desse nível aqui - afirmou.

Para o atleta, o público pequeno é normal em um primeiro momento.

- Quanto mais usar, mais o pessoal se acostuma. O pessoal não tem o costume, está mais acostumado ao Tijuca, São Januário, Maracanãzinho. A partir do momento que acostumar, ver que tem estacionamento, as instalações são excelentes, vão começar a pegar gosto e vai lotar mais - completou o atleta cruz-maltino.

Um dos grandes nomes da festa deste sábado na Arena Carioca 1 foi Tyrone Curnell. O americano do Mogi das Cruzes foi o cestinha com 17 pontos ao lado do companheiro Larry Taylor e do rival David Jackson em seu retorno ao time depois de suspensão de dois jogos. O jogador, aliás, foi aplaudido pelos torcedores rivais no fim e tirou muitas fotos com eles. Extasiado com a grande atuação e o triunfo, ele falou sobre a oportunidade de atuar no palco da final olímpica.

- Foi legal, foi lindo, foi muito bom jogar nessa quadra. Vimos as coisas ali fora, a piscina da natação, acho que é uma coisa que precisa continuar acontecendo, porque é um ginásio muito bom para o basquetebol brasileiro. É maravilhoso e espero jogar aqui de novo - opinou.

Vice-presidente de quadra e salão do Vasco, Fernando Lima afirmou que a realização do jogo e de mais 18 previstos na Arena Carioca 1 (sem contar os duelos dos playoffs), é também a realização de um sonho. Para ele, a união entre Botafogo, Flamengo e o Cruz-Maltino foi a grande responsável para que o ginásio da final olímpica pudesse passar a fazer parte também do cenário do basquetebol nacional com as partidas no NBB.

- Emoção muito grande, minha principalmente, porque sou talvez o maior entusiasta dessa situação. Acho que para o basquetebol do Rio, que esse ano não teve nem seu Estadual, foi um presente pela atitude que tomamos. Por essa atitude, nos foi posta à disposição essa arena. Vai continuar sendo um trabalho grande, mas acho que diante do tempo apertado que tínhamos, claro, deve ter havido falhas, mas, no todo, foi muito bacana. Quem viu pela TV disse que foi um espetáculo muito bonito. É isso que a gente quer. Queremos um público aqui que venha se divertir, não brigar, isso para nós não interessa. Depois desse sonho de fazer jogos aqui, queremos torcedores de duas torcidas rivais juntos torcendo e se divertindo - admitiu o dirigente, lembrando, contudo, que é preciso que haja autorização da polícia para ter clássicos com duas torcidas.

- O GEPE precisa vir, fazer um estudo e ver se há possibilidade. Caso ele vislumbre uma possibilidade, precisa dizer para nós o que precisa ser feito para a segurança de duas torcidas. A governança do legado olímpico deu o primeiro passo ao nos chamar aqui. Espero que eles comprem essa ideia porque a população do Rio quer isso, ninguém quer violência, quer festa. Quanto mais conseguirmos fazer como hoje, melhor - concluiu.

Fonte: ge