Categorias de base

Amigos em todas as categorias, Rafael França e Robinho falam da amizade

O Vasco, invicto na Copinha, vem conquistando os resultados e avançando na competição mais importante para a base do futebol brasileiro. A última vitória nos pênaltis, contra o Água Santa, colocou o Gigante da Colina nas oitavas de final do torneio, onde vai enfrentar o Palmeiras. E dois nomes vêm sendo importantíssimos para a campanha consistente do Cruz-Maltino: Lucas Santos, o "Robinho", e Rafael França. 

Amigos em campo em todas as categorias do Cruz-Maltino, o meia, de 18 anos, e o lateral direito (também volante), de 19, dividem conquistas, resenhas, a amizade e também a experiência com a camisa do Vasco. Felizes com a responsabilidade, Lucas e Rafael não fogem das posturas de líderes e alinham discursos. 

"É muito importante ser um dos líderes da equipe. É uma responsabilidade e você precisa estar sempre atento, chamando a equipe para o jogo, dando força aos companheiros. Essa é uma situação que nos faz amadurecer um pouco mais rápido", afirma Robinho, complementado pelo companheiro. 

"A gente tem uma paixão pelo clube, e representar uma liderança dentro desse grupo é uma coisa maravilhosa para nós. A gente espera poder retribuir o máximo de conhecimento para os garotos que estão subindo agora e poder cooperar dentro do clube para buscar sempre o melhor", finalizou Rafael França. 

APRENDIZADOS COM O TREINADOR

Um ponto em comum entre essas joias da base cruz-maltina e outros nomes que já estão despontando no futebol mundial - como Philippe Coutinho, agora no Barcelona - está o treinador Marcus Alexandre. Há mais de dez anos trabalhando no Vasco, o técnico tem o respeito dos atletas, que rasgaram elogios ao comandante que almeja ao segundo título da Copa São Paulo de Futebol Júnior para a história do Gigante da Colina. 

"Nossa relação com o Marcus é muito boa, é um cara que passa muita coisa para nós, conhece bem o futebol, está aí há muito tempo, e a gente espera entrar na lista desses nomes, Coutinho, Alex Teixeira, Souza, o próprio Douglas que estava conosco agora, e esperamos crescer juntos sempre. Ele fazendo o trabalho dele e o nosso para crescermos juntos", disse Rafael. 

"É uma relação bem sadia. Ele sempre está buscando passar para nós a importância dos treinamentos, da dedicação do extra-campo. É um cara que nos motiva e ajuda bastante. Aprendi muito nesses anos que tive a oportunidade de conviver com ele. Serei eternamente grato pelos ensinamentos", declarou Robinho, deixando clara a importância do comandante.

RIVAIS?! 

Se dentro e fora dos gramados Rafael França e Lucas Santos, o Robinho, são amigos de longa data, existe um local da vida dessas joias do Vasco em que essa sintonia muda de lado: no vídeo-game. Não tem nem conversa. Quando o assunto é Fifa, quem entra em campo é a rivalidade. 

"Vem de longa data esse companheirismo. São brincadeiras super tranquilas e que também ajudam na sintonia dentro de campo. O grupo é bastante descontraído, mas sabe o momento certo também de trabalhar, de ter seriedade. As brincadeiras ocorrem no momento certo. Sobre o meu desempenho, posso dizer que fui muito bem nos campeonatos de Fifa. Eu sou o "Rei do Fifa" aqui no grupo (risos)", disse Robinho. O Esporte Interativo, é claro, deu direito de resposta ao rival. 

"Eu nunca falei que eu sou o melhor no Fifa, né, mas eu não entendo porque eles sempre querem me ganhar (risos). Eles me veem, querem me "bater". O Robinho é um deles. Se eu ganhar dele, ele fica doido, acaba o dia dele. Eu estou um pouquinho à frente dele, ele sabe disso. Hoje vamos ter um confronto e a gente vai decidir isso (risos). Vai tomar um "pau" meu e vai chorar. Mas é um momento muito bom, de grupo, somos uma família, isso ajuda muito porque ele sempre cai do meu lado direito no campo, sempre sai uma tabelinha ali. É uma amizade muito grande", retrucou 'na resenha' o adversário Rafael França, salientando o clima amistoso. 

O SONHO 

Na história do Vasco da Gama, o clube conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em apenas uma oportunidade, em 1992, comandado pelo artilheiro e ainda garoto Valdir Bigode. Com a nova geração, Robinho e Rafael França esperam fazer história e, quem sabe, levar o bi-campeonato para o Rio de Janeiro. 

"É o nosso sonho ser lembrado na história como a geração que ganhou mais uma Copinha para o Vasco. É lógico que queremos muito mais, ter uma trajetória de títulos também no profissional. É um campeonato de extrema importância pra nós. O que posso garantir é que o nosso grupo está focado em busca de conseguir esse feito, até porque o Vasco entra em qualquer campeonato para brigar pelo título, mas sabemos que é preciso dar um passo de cada vez", declarou Lucas Santos. França, sabendo da importância da competição, também já olha para o profissional e frisa o grupo. 

"A gente sabe que a formação é o principal objetivo da categoria de base, mas ganhando, vencendo, essa projeção é muito mais rápida. ivemos uma grande experiência ano passado, vários atletas subindo graças às atuações do grupo. Queremos que o grupo apareça para que as qualidades ajudem o elenco profissional em alguma carência que o Zé possa ter, mas a gente quer chegar como grupo". 

Após o empate em 1 a 1 contra o Água Santa no tempo normal, com um golado de Robinho, o Vasco conseguiu a classificação após vencer nos pênaltis, por 3 a 1. Desta forma, os amigos Lucas Santos e Rafael França, na dobradinha pela direita, entram em campo diante do Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, provavelmente em Taubaté. Ainda não há dia e horário divulgados. 

Confira outros trechos da entrevista de Lucas Santos, o Robinho, e Rafael França: 

​QUAL É O ESPÍRITO DESSA EQUIPE? 

Rafael França: "Superação. A gente vem desenvolvendo ao longo do tempo, a gente vem em um processo de evolução e esperamos que não haja mais erros, o que a gente errou já foi. Então a gente tem consciência disso e a gente vai querer ser eficiente e acertar quanto mais a gente puder para chegarmos longe".

Robinho: "Espírito de união. Nossa equipe é muito qualificada, e exploramos bem isso. Conseguimos impor nossa proposta de jogo e isso nos ajudou a ter mais tranquilidade". 

ROBINHO, COMO É O PAPEL DE JÁ TER EXPERIÊNCIA NA COPINHA E PASSAR ISSO PARA OS MAIS JOVENS? ALÉM DISSO, A IDADE PROFISSIONAL ESTÁ CHEGANDO. E AÍ, VAI SEGUIR COMO ROBINHO OU ASSUMIR O LUCAS?  

Robinho: Tive a oportunidade de disputar três Copinha e tive uma experiência diferente em todas elas. Foram momentos que serviram de aprendizado. Converso um pouco com os mais jovens. Todos os companheiros que vieram já entenderam a importância, mas busco sempre ajudar. Por mais que eu esteja participando da minha terceira edição, eu ainda sou um dos mais novos da equipe. Estou passando por um momento muito bom, graças a Deus. Fico feliz por estar somando na atuação do coletivo. Sobre o nome, agora é Lucas Santos mesmo (risos)". 

RAFAEL, VOCÊ COMEÇOU COMO VOLANTE E PASSOU A SER LATERAL TAMBÉM. COMO FOI ESSA TRANSIÇÃO? CONTA UM POUCO DA SUA ORIGEM PARA NÓS: 

Rafael França: "Eu comecei a entender que eu deveria atuar em outras posições a partir de um momento na minha carreira. Mas eu sabia que não poderia ser meio termo. Tenho que ser completo. Não posso falar que sou volante e lateral direito se eu sou bom volante e não bom lateral. Eu tenho que ser completo nas duas posições. Tenho me aperfeiçoado para ser completo tanto como volante quanto lateral. Fui revelado em Jardim América e fico muito feliz de ser revelado no meu bairro, na escolinha do Vasco, junto com Jânio, Augustinho, Edvaldo e Bam (técnicos dele no núcleo vascaíno), e espero que com a minha projeção, as portas possam ser abertas para aquele bairro porque tem muito talento e muito garoto bom lá também". 

Fonte: Esporte Interativo